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DESAFIOS EMOCIONAIS HOMEM

Depressão Paterna
E o pai, como fica nessa história?

Pouco se fala e se sabe sobre depressão paterna no Brasil, mas o homem também passa por profundas mudanças emocionais durante a gravidez e o pós-parto. Embora o foco esteja majoritariamente voltado para os cuidados à mulher, o homem, que também está assumindo o novo papel de pai, muitas vezes é relegado à posição de coadjuvante, como se sua única função fosse dar apoio integral à gestante. Mas quem apoia esse homem?

Enquanto a mulher tem acesso a informações, grupos de apoio, rodas de conversa e redes sociais, o pai frequentemente enfrenta dificuldades em encontrar espaços para compartilhar seus sentimentos. Sem um ambiente seguro para expressar suas angústias, ele pode recorrer a comportamentos compensatórios como vícios, alimentação desregulada, excesso de trabalho, ou mesmo se envolver em conflitos. Imagine um pai admitindo, em redes sociais, que está deprimido com a chegada do filho e precisa de ajuda, muitas vezes a resposta seria de ridicularização ou crítica, agravando sua situação.

Embora ele não vivencie a gravidez em seu corpo, o homem também atravessa uma "gestação emocional". Mesmo aqueles que sempre sonharam em ser pais estão conectados às memórias transgeracionais de suas famílias e, por isso, podem agir de forma automática e incontrolável, sem perceber. É comum que surjam sentimentos de desinteresse pelo bebê, distanciamento da parceira, e dificuldade em se conectar com o filho , apesar de todo o amor que ele possa sentir. A ressonância das memórias familiares atua de forma inconsciente e incontrolável, influenciando seu comportamento.

A mulher, por sua vez, pode se sentir profundamente decepcionada por ver o homem, que antes da chegada do filho parecia tão disposto, agir de maneira diferente. No entanto, essa transformação não é fruto de má vontade ou falta de caráter. O homem, assim como a mulher, é refém das repetições familiares e também carrega traumas intrauterinos. Ele, assim como elas, experimenta reações e sentimentos inexplicáveis durante a gestação e o pós-parto, desencadeados pelas memórias transgeracionais despertadas pela iminente paternidade.

Compreender esse fenômeno biológico e emocional nos permite ver o homem sob uma nova perspectiva, quando bebê talvez, ele, não tenha tido a chance de se vincular afetivamente à sua mãe. Talvez sua mãe tenha atravessado uma depressão no período do seu nascimento e seu pai tenha sido emocionalmente ausente.

Embora pouco discutido, é comprovado que o homem também pode sofrer de depressão durante a gestação e o pós-parto. Nos Estados Unidos, já existem grupos de apoio para pais em depressão, e estima-se que cerca de 10% dos homens apresentam sintomas relacionados à chegada de um filho.

É fundamental olhar para esse pai com compaixão e oferecer-lhe apoio, pois, se não for acolhido e tratado, há o risco de que essas mesmas dinâmicas se repitam com seu próprio filho na vida adulta. Ao buscar ajuda, ele estará não apenas se cuidando, mas também garantindo que poderá oferecer o apoio necessário à sua companheira e a atenção que seu bebê tanto precisa.

Sintomas mais comuns da depressão paterna

  • Ansiedade, irritabilidade, agressividade, cinismo e frustração

  • Distanciamento da parceira e do bebê

  • Insegurança, impulsividade, agitação excessiva

  • Dores de cabeça, problemas digestivos, insônia e fadiga

  • Dificuldade de concentração

  • Excesso ou perda de interesse no trabalho

  • Abuso de substâncias

  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas

 

Se você reconhece alguns desses sintomas, busque ajuda psicológica e considere terapias holísticas que atuam diretamente nas memórias intrauterinas e transgeracionais.

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