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TERAPIA INFANTIL
É fundamental cultivarmos uma sensibilidade profunda para compreender as mensagens que cada bebê ou criança nos comunica, muitas vezes por meio de comportamentos desafiadores. O que, à primeira vista, pode parecer difícil ou incompreensível, frequentemente esconde necessidades, emoções ou traumas que eles ainda não conseguem expressar de outra maneira. Ao desenvolvermos essa percepção, abrimos caminho para uma conexão mais amorosa e empática, permitindo que possamos responder às suas reais demandas com mais compreensão e respeito.
A pessoa que mais deseja o bem para um bebê é a mãe. Ninguém quer causar estresse ou traumas a seus filhos, mas muitas vezes é impossível prever ou evitar situações negativas. Afinal, não temos controle sobre tudo, e as nossas emoções, mesmo as mais difíceis, são incontroláveis. Eu sei que o que vou trazer pode gerar culpa materna (eu mesma senti isso, mas foi essa sensação que me impulsionou a buscar informações e estudos). Mas até quando a sociedade e as mães continuarão a acreditar que os bebês sofrem apenas por conta do desenvolvimento?
Durante a gestação, mãe e bebê estão interligados de forma profunda, tanto física quanto emocionalmente. Eles vivem em simbiose: tudo o que a mãe sente, o bebê também sente. Contudo, o bebê não possui a capacidade de diferenciar suas próprias emoções das da mãe, tudo é percebido como parte dele. Cada bebê traz dentro de si um conjunto de crenças moldadas pelas experiências vividas com a mãe. Por isso, é crucial que entendamos o impacto do estresse e das emoções da mãe sobre o bebê e aprendamos a lidar com as gestantes com compreensão, independentemente da situação.
O primeiro tipo de memória que atua em nós é a intrauterina. Desde o instante da concepção, a experiência no útero molda o cérebro e estabelece o tipo de personalidade, temperamento e capacidade de pensar do indivíduo, conforme nos ensinam Thomas Verny e Bruce Lipton em "Biologia da Crença".
Os traumas podem emergir de diversas experiências, desde a concepção, passando pela gestação e o parto, até os primeiros meses de vida. Após o nascimento, o que o bebê expressa por meio de seus comportamentos, como choros excessivos, apego intenso, dificuldades para dormir e se alimentar, ou até transtornos físicos, pode ser um reflexo de traumas. Essa é a linguagem que eles utilizam para se comunicar, já que ainda não conseguem expressar-se em palavras. Minha missão é ser a voz desses bebês.
Com essa nova consciência, não precisamos mais acreditar que esses comportamentos são apenas parte do desenvolvimento normal. Os traumas afetam o córtex pré-frontal, que está relacionado à inteligência, raciocínio, tomada de decisões, emoções, atenção e comportamento. Há muito a ser feito, pois cuidar de traumas e mágoas exige esforço e disposição, tanto dos cuidadores quanto dos profissionais que possuem esse conhecimento diferenciado.
Através de vivências terapêuticas, ajudo mães a sentirem e entenderem o que está por trás das dificuldades de seus bebês, tratando suas causas e proporcionando uma nova forma de conexão e cura.
Compartilho minha experiência: Após passar por uma experiência de parto verdadeiramente transformadora e maravilhosa para mim, mergulhei ainda mais profundamente em meus estudos. Foi então que percebi que minha bebê tinha dificuldades para relaxar ao dormir e apresentava um apego excessivo a mim. Isso despertou em mim a suspeita de que pudesse haver algum trauma envolvido. Iniciei uma jornada para entender essa situação e, para minha surpresa, consegui acessar os traumas dela, que estavam diretamente ligados ao seu nascimento.
Senti profundamente a dor que ela experimentou ao chegar ao mundo e como aquele momento foi doloroso para ela, o que também foi muito impactante para mim. Após o nascimento, enfrentei desafios com a amamentação e, além disso, percebi que sentia a dor da barriguinha dela. Inicialmente, atribuí essa dor à fome, mas logo compreendi que havia algo além do que parecia. Antes de ter acesso a esses conhecimentos, acreditava que essas sensações faziam parte do desenvolvimento normal, mas entendi que eram, na verdade, formas dela se comunicar comigo, pedindo ajuda.
Esse processo me permitiu criar uma conexão mais profunda, empática e amorosa com minha filha, ajudando-a a lidar com os desafios de uma maneira mais consciente e presente.
Nesse processo, recebi a missão de ajudar as mães a enxergar além do óbvio e entender os sinais que seus bebês estão emitindo, para superar os desafios da maternidade. Essa jornada é um convite à empatia e à transformação.