Gestação e Maternidade Consciente

MINHA HISTÓRIA
Formei-me em Secretariado e segui uma carreira corporativa, até que chegou um momento em que essa trajetória deixou de fazer sentido para mim. No início da minha jornada espiritual, sentia-me esgotada e buscava mudanças. Foi então que iniciei um profundo processo de autoconhecimento, explorando diversas ferramentas e realizando cursos na área de terapia holística. Durante esse período, encontrei meu companheiro e comecei a empreender. Inicialmente, a novidade me entusiasmou, mas logo percebi que esse caminho também não era o meu.
Nunca imaginei ser mãe, até que Sophia, minha filha, começou a me enviar sinais. Através de pessoas de diferentes ciclos e sonhos, ela manifestava seu desejo de vir ao mundo, lembrando-me do nosso acordo. Em uma vivência espiritual, recebi uma mensagem que me levou a refletir sobre o propósito de ter um filho. Em outra ocasião, uma amiga, Jessica, me ofereceu três morangos, dizendo que um era para mim, outro para meu companheiro e o terceiro para o ser que estava por vir, um gesto especialmente significativo, pois o morango é a minha fruta favorita e ela não sabia disso. Também me recordo de ter admirado uma adolescente que irradiava consciência e luz enquanto cantava de maneira doce. Foi nesse momento que compreendi que poderia contribuir para o mundo trazendo um ser de luz, ajudando a tornar nosso planeta um lugar mais amoroso e fraterno.
Após essa reflexão, conversei com meu companheiro e decidimos engravidar. Ao descobrir que estava grávida, meu único desejo era ter um parto normal, motivada apenas pelo conhecimento superficial de seus benefícios. Comecei a buscar informações (me dei conta de como somos carente dessa informação), a minha principal fonte foi a Dra. Eleanor, a quem sou eternamente grata. Aprofundei-me no tema e entendi a importância do parto natural tanto no plano físico quanto no astral, além das dificuldades que poderiam surgir. Contratamos uma eduacado perinatal, Letícia, a quem sou muito grata. Visitamos algumas casas de parto humanizado, mas ao chegar nelas, minha adrenalina subia, e algo me dizia que não era ali que deveria acontecer.
Foi então que descobri o parto domiciliar, algo que eu nem imaginava ser uma possibilidade. Imediatamente, minha intuição confirmava que essa era a forma certa para nós. Começamos a nos preparar para recebê-la em casa, fazendo as mudanças necessárias e procurando parteiras. Infelizmente, as parteiras com as quais me conectei não poderiam estar presentes. Foi quando soube do parto autoassistido; novamente, algo que eu não sabia ser viável. Novamente minha intuição confirmava que essa era a maneira correta para nos; muitos sentimentos surgiram, e na época, não compreendia totalmente o motivo dessas escolhas, mas tinha certeza de que esse ser queria chegar dessa forma.
Com 39 semanas, organizei uma reunião familiar, decidida a não receber visitas logo após o nascimento. Naquele dia, minha mãe, de forma intuitiva, perguntou se eu estava planejando ter o bebê em casa. Por medo de sua reação e para evitar debates, não contei a verdade, o que gerou um conflito interno, pois sabia que, se algo estivesse mal resolvido entre nós, não conseguiria ter um parto tranquilo. Dias depois, durante um almoço, contei a verdade. Para minha surpresa, minha mãe me deu sua bênção. Coincidentemente, nesse mesmo dia, comecei a sentir as primeiras contrações. No início, achei que eram apenas contrações de treinamento, mas às 23h, elas se tornaram mais intensas, e percebi que o momento tinha chegado. Avisei meu companheiro, que inicialmente não acreditou muito, mas quando me levantei, minha bolsa estourou. Mantive a calma e o foco, já aguardando por esse momento. Meu companheiro, um pouco perdido no início, foi guiado por mim sobre o que fazer. Organizamos o ambiente com velas, um difusor aromático e uma playlist, e logo entrei em um estado de consciência alterado, o que chamamos de "partolândia". No começo, fiquei inquieta, buscando uma posição confortável, e percebi que o vaso sanitário era o local mais adequado. Olhando para meu companheiro, disse que minhas forças estavam se esgotando. Ele segurou minha mão com confiança e garantiu que tudo ficaria bem (foi a melhor parteira que eu poderia ter). Depois, ele me contou que sentiu uma mão em suas costas, ancorando-o. De repente, senti minhas energias renovadas e levantei-me do vaso sanitário, indo para o local que havíamos preparado. A melhor posição para mim foi de quatro apoios. Todas as informações que havia assimilado durante minha jornada vieram à mente, facilitando o processo. Às 1h44, Sophia nasceu. O trabalho de parto durou 2h44, e ela estava saudável e bem. O momento foi exatamente como eu havia sonhado: apenas nós, meu companheiro, nosso cachorro e o bebê, sem nenhuma intervenção protocolar. O tempo pareceu parar; duas horas passaram e pareceram apenas 15 minutos. Depois, a placenta saiu, e esperamos até que parasse de pulsar (mais de 3 horas) para realizar o ritual em que o pai cortaria o cordão umbilical com o fogo, simbolizando a transmutação e cauterização do cordão, prevenindo infecções. Esse ato não é apenas físico, mas representa a separação entre mãe e filho(a). É o momento em que o pai assume o compromisso de ensinar sobre limites, apresentando o filho à sociedade e encorajando-o a enfrentar a vida, o pai sustenta e encoraja enquanto a mãe acolhe e se entrega.
No entanto, nem tudo foi fácil. Fiquei emocionalmente abalada, Carlos me auxilou emocionalmente, a quem sou muito grata. Enfrentei dificuldades com a amamentação desenvolvi mastite, e sou muito grata à Vanja, que me ajudou nesse processo, confesso que, várias vezes, pensei em desistir da amamentação. Mas o conhecimento que adquiri me deu forças para continuar. Hoje, minha bebê tem mais de um ano e continua sendo amamentada com muito amor. Ela é carinhosa e beija meus seios como forma de agradecimento. Pretendo continuar amamentando até sentir que é o momento certo para parar, sem seguir protocolos. Ninguém sabe o que é melhor para nós além de nós mesmas.
Quando chegar a hora, farei um desmame amoroso, para que ela compreenda que os ciclos podem terminar em harmonia e paz, sem demora, evitando a exaustão que muitas vezes marca relacionamentos que encerram de forma violenta e desrespeitosa. Assim, ela aprenderá a encerrar ciclos da maneira mais saudável possível ao longo de sua vida.
Quero aproveitar este espaço para expressar minha profunda gratidão a todos que fizeram parte de todo o processo, ao meu companheiro, cujo empenho e dedicação foram fundamentais em cada etapa desta jornada, acreditando em minha intuição e me apoiando. Também sou imensamente grata à minha rede de apoio, Matilde e Daniele, que, com sua presença e suporte, foram peças-chave para que eu pudesse atravessar esse processo e cumprir minha missão com amor e dedicação.

MISSÃO DE ALMA
Missão de Alma: Descobri que a Dra. Eleanor lançaria um curso profissionalizante sobre a ciência do início da vida. Eu já a seguia antes da gestação, e algo dentro de mim clamou fortemente para que eu me inscrevesse. Inicialmente, minha motivação era clara: sabia que o curso me ajudaria a trabalhar aspectos importantes em mim e na minha família.
Contudo, em uma experiência de renascimento, todas as peças se encaixaram, e recebi minha verdadeira missão de alma: ajudar os novos seres a chegarem a esta dimensão, utilizando a vasta quantidade de informações que acessei nos cursos e que vivenciei de forma empírica.
Aqui compartilho alguns acontecimentos. Durante uma vivência espiritual, uma pessoa querida, Tati, me pediu para realizar o parto espiritual dela. Embora eu tenha ajudado naquele momento, não compreendi plenamente o significado daquela ação até mais tarde, quando percebi que estava sendo preparada para acolher a vida de forma mais profunda e consciente. Essa experiência reforçou em mim a importância de estar presente e de ser um canal de amor e apoio para aqueles que estão iniciando sua jornada neste mundo.
Ao compartilhar a experiência do meu parto com minha mãe, ela me revelou que a mão que meu companheiro sentiu em suas costas durante o momento do nascimento era da minha avó, que era parteira e benzedeira. Essa informação me surpreendeu, pois eu não sabia disso na época, mas fez total sentido. Essa conexão ancestral me trouxe um profundo conforto, reforçando a ideia de que eu estava rodeada de amor e sabedoria, mesmo em um momento tão íntimo e transformador. A presença da minha avó simbolizava a continuidade de um legado de cuidado e acolhimento, fortalecendo ainda mais minha missão de trazer novos seres ao mundo de maneira digna e respeitosa.
Foi como se esse ser me guiasse, permitindo que eu vivenciasse meu parto autônomo e me preparasse para ajudar outros nesse caminho. Assim, minha missão de alma se revelou: tornar-me parteira. Atualmente, atuo como terapeuta e educadora pré e perinatal, além de ser parteira aprendiz. Dedico-me ao estudo da parteria tradicional e conto com uma vasta rede de apoio, composta por mestras experientes de várias partes do mundo, que enriquecem minha jornada de aprendizado. Sou parteira empírica, absorvendo os saberes da parteria por meio da minha própria experiência e do acompanhamento de parteiras mais experientes, o que me proporciona muito conhecimento.
Após vivenciar a experiência transformadora do meu parto, que foi verdadeiramente maravilhosa para mim, continuei a aprofundar meus estudos sobre traumas. Foi nesse caminho que percebi que minha bebê apresentava dificuldades para relaxar ao dormir e mostrava um apego excessivo a mim. Esse comportamento despertou em mim a consciência de que poderia haver um trauma subjacente. Assim, iniciei uma jornada de busca para entender essa situação.
Durante esse processo, consegui acessar os traumas dela e os meus. Quando descobri que estava grávida, apesar de ser uma gravidez planejada, senti um susto e entrei em conflito, algo que não compreendi na época e apenas reagi. Ela, ainda no ventre, percebeu esse choque e sentiu-se rejeitada, com medo de que eu a abandonasse. Ao acessar essa memória, chorei, pois percebi que essa era a mesma sensação que vivi enquanto ainda era um feto, quando minha mãe também se assustou com sua gravidez inesperada. Essa memória ficou registrada em minhas células, e eu a repeti inconscientemente. Para minha surpresa, outro trauma veio à tona durante o nascimento da minha filha. Jamais imaginei, mas senti profundamente a dor que ela experimentou ao chegar ao mundo e a maneira como vivenciou aquele momento, o que foi extremamente doloroso para mim.
Após o nascimento, enfrentei desafios com a amamentação. Percebi que a dor que ela sentia em sua barriguinha, que inicialmente atribuía à fome, parecia inexplicável. Antes de acessar esses conhecimentos, acreditava que essas sensações faziam parte do desenvolvimento natural de um bebê, mas logo compreendi que eram formas de comunicação dela, tentando me transmitir algo.
Esse processo me trouxe uma missão: ajudar os bebês a expressarem o que desejam transmitir por meio de seus comportamentos, desmistificando os desafios que podem surgir na jornada da maternidade.
INTUIÇÃO
Acredite em si mesma, no seu poder interior e na sabedoria que habita em você.
Intuição: Quando decidimos engravidar, escolhemos o nome Sophia. No entanto, após a gravidez, acabei esquecendo dessa escolha. Um dia, a prima do meu companheiro sonhou que o bebê se chamaria Elise, e isso me fez pensar: "Será um sinal?". Decidi que, se não sentisse algo diferente, ela realmente se chamaria Elise. Carreguei esse nome em meu coração por toda a gestação.
No último mês, ouvi o nome Sophia no rádio, e algo dentro de mim despertou. A intuição me disse que esse era o nome certo. Quando cheguei em casa, compartilhei o sentimento com meu companheiro, e ele mencionou que estava lendo um livro intitulado Sophia. A conexão foi instantânea, e juntos decidimos que esse seria o nome dela.
Após o nascimento, enquanto revisava antigas mensagens, encontrei uma conversa com minha irmã. Ela me parabenizava pela escolha de engravidar e, em resposta, eu dizia: "Sophia ainda não chegou." Fiquei perplexa, pois não lembrava dessa troca. De alguma maneira, ela já havia escolhido seu nome e, por meio da intuição, me fez recordar.
Essa experiência com o nome foi apenas uma das muitas intuições profundas que tive durante minha gestação.
Confie na sua intuição, nos seus sonhos e nas suas visões!
